LITURGIA DO DIA 31 DE JULHO DE 2024
QUARTA-FEIRA – SANTO INÁCIO DE LOYOLA – PRESBÍTERO E FUNDADOR
(branco, pref. comum ou dos pastores – ofício da memória)
Antífona da entrada
Ao nome de Jesus, todo joelho se dobre no céu, na terra e abaixo da terra, e toda língua proclame: Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai (Fl 2,10s).
Primeira Leitura: Jeremias 15,10.16-21
Leitura do livro do profeta Jeremias – 10“Ai de mim, minha mãe, que me geraste um homem de controvérsia, um homem em discórdia com toda a gente! Não emprestei com usura nem ninguém me emprestou, e contudo todos me amaldiçoam. 16Quando encontrei tuas palavras, alimentei-me, elas se tornaram para mim uma delícia e a alegria do coração, o modo como invocar teu nome sobre mim, Senhor Deus dos exércitos. 17Não costumo frequentar a roda dos folgazões e gabo-me disso; fiquei a sós, sob o influxo de tua presença e cheio de indignação. 18Por que se tornou eterna minha dor, por que não sara minha chaga maligna? Para mim te tornaste como miragem de um regato, como visão de águas ilusórias”. 19Ainda assim, isto diz-me o Senhor: “Se te converteres, converterei teu coração, para te sustentares em minha presença; se souberes separar o precioso do vil, falarás por minha boca; os outros voltarão para ti, e tu não voltarás para eles. 20Em favor deste povo, farei de ti uma muralha de bronze fortificada; combaterão contra ti, mas não prevalecerão, porque eu estou contigo para te salvar e te defender, diz o Senhor. 21Eu te libertarei das mãos dos perversos e te salvarei dos prepotentes”. – Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial: 58(59)
Resposta: Sois meu refúgio no dia da aflição.
1. Libertai-me do inimigo, ó meu Deus, / e protegei-me contra os meus perseguidores! / Libertai-me dos obreiros da maldade, / defendei-me desses homens sanguinários! – R.
2. Eis que ficam espreitando a minha vida, † poderosos armam tramas contra mim. / Mas eu, Senhor, não cometi pecado ou crime. – R.
3. Minha força, é a vós que me dirijo, † porque sois o meu refúgio e proteção, / Deus clemente e compassivo, meu amor! / Deus virá com seu amor ao meu encontro, / e hei de ver meus inimigos humilhados. – R.
4. Eu, então, hei de cantar vosso poder / e de manhã celebrarei vossa bondade, / porque fostes para mim o meu abrigo, / o meu refúgio no dia da aflição. – R.
5. Minha força, cantarei vossos louvores, † porque sois o meu refúgio e proteção, / Deus clemente e compassivo, meu amor! – R.
Aclamação ao Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu vos chamo meus amigos, / pois vos dei a conhecer o que o Pai me revelou (Jo 15,15). – R.
Evangelho: Mateus 13,44-46
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 44“O Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra e o mantém escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele campo. 45O Reino dos Céus também é como um comprador que procura pérolas preciosas. 46Quando encontra uma pérola de grande valor, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquela pérola”. – Palavra da salvação.
Liturgia comentada
Vende todos os bens… (Mt 13,44-46)
De uma só tacada! De um só golpe! Um salto no escuro? Não, um salto na luz!
Aquele que recebe a revelação (quando um véu é retirado dos olhos…) do Bem supremo que é o Cristo, sabe que todos os bens são nada diante do novo Reino que se abre a seus pés. Por isso vende tudo e adquire o valor maior… Seria loucura, insanidade? Ou, antes, seria um… bom negócio?
Hans Urs von Balthasar comenta este lance louco que aposta tudo em uma única ficha. Ele escreve: “Mais uma vez, Jesus narra neste Evangelho três parábolas que devem deixar ver, por transparência, o Reino dos céus. As duas primeiras assemelham-se entre si naquilo que elas contam e, ao contar, exigem: o tesouro encontrado no campo e a pérola preciosa que foi descoberta exigem do camponês e do negociante, até por uma prudência calculista puramente terrena, a venda de tudo o que eles possuem, para poderem adquirir o que é muito mais precioso.
No fundo, nem chega a ser um risco agir assim, é quase uma simples esperteza. Aquele que compreende o valor do que Jesus oferece, não hesitará em despojar-se de todos os seus bens, em tornar-se pobre em espírito e na fé pura para adquirir o que lhe é oferecido. ‘Felizes os pobres em espírito (isto é, aqueles que em sua disposição de espírito renunciam a tudo), pois deles é o Reino dos céus!’
Mas não é todo mundo que encontra o tesouro e a pérola, não é todo homem que se decide ao compromisso total. Daí, a terceira parábola (a parábola da rede, v. 47-50) que, da decisão temporal, extrai a consequência, isto é, a decisão escatológica: a rede puxada para a margem, os peixes ruins são rejeitados. Isto significa que, por trás da última oferta de Deus, a oportunidade única, se encontra a séria advertência de não a negligenciar.
Trata-se do ganho ou da perda de todo o sentido da existência humana. Como o camponês e o negociante que, por prudência, não hesitam um só instante, assim também o cristão, tendo compreendido de que se trata, logo aproveitará a oportunidade.”
Três pequenas parábolas. Breves, densas, ameaçadoras… Elas devem ser vir para nós como um grave alerta sobre o risco de nos apegarmos a bens passageiros – aquilo que “o ladrão toma e a traça rói” (cf. Mt 6,19) – e, ao fim da vida, chegarmos à triste conclusão de que acabamos desperdiçando nossa vida com ninharias e deixamos de lado os valores de eternidade.
Orai sem cessar: “O temor do Senhor é seu verdadeiro tesouro.” (Is 33,6)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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