Liturgia Diária

LITURGIA DO DIA 30 DE JULHO DE 2024

TERÇA-FEIRA DA 17ª SEMANA DO TEMPO COMUM
(verde – ofício do dia)
Antífona da entrada
Deus habita em seu santuário, reúne os fiéis em sua casa; ele mesmo dá vigor e força a seu povo (Sl 67,6s.36).
Primeira Leitura: Jeremias 14,17-22
Leitura do livro do profeta Jeremias – 17“Derramem lágrimas meus olhos, noite e dia, sem parar, porque um grande desastre feriu a cidade, a jovem filha de meu povo, um golpe terrível e violento. 18Se eu sair ao campo, vejo cadáveres abatidos à espada; se entrar na cidade, deparo com gente consumida de fome; até os profetas e sacerdotes andam à toa pelo país”. 19Acaso terás rejeitado Judá inteiramente ou te desgostaste deveras de Sião? Por que, então, nos feriste tanto, que não há meio para nos curarmos? Esperávamos a paz, e não veio a felicidade; contávamos com o tempo de cura, e não nos restou senão consternação. 20Reconhecemos, Senhor, a nossa impiedade, os pecados de nossos pais, porque todos pecamos contra ti. 21Mas, por teu nome, não nos faças sofrer a vergonha suprema de levarmos a desonra ao trono de tua glória; lembra-te, não quebres a tua aliança conosco. 22Acaso existem entre os ídolos dos povos os que podem fazer chover? Acaso podem os céus mandar-nos as águas? Não és tu o Senhor, nosso Deus, que estamos esperando? Tu realizas todas essas coisas.” – Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial: 78(79)
Resposta: Por vosso nome e vossa glória, libertai-nos!
1. Não lembreis as nossas culpas do passado, † mas venha logo sobre nós vossa bondade, / pois estamos humilhados em extremo. – R.
2. Ajudai-nos, nosso Deus e salvador! † Por vosso nome e vossa glória, libertai-nos! / Por vosso nome, perdoai nossos pecados! – R.
3. Até vós chegue o gemido dos cativos: † libertai com vosso braço poderoso / os que foram condenados a morrer! / Quanto a nós, vosso rebanho e vosso povo, † celebraremos vosso nome para sempre, / de geração em geração vos louvaremos. – R.
Aclamação ao Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
A semente é de Deus a Palavra, / o Cristo é o semeador; / todo aquele que o encontra / vida eterna encontrou. – R.
Evangelho: Mateus 13,36-43
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, 36Jesus deixou as multidões e foi para casa. Seus discípulos aproximaram-se dele e disseram: “Explica-nos a parábola do joio!” 37Jesus respondeu: “Aquele que semeia a boa semente é o Filho do Homem. 38O campo é o mundo. A boa semente são os que pertencem ao Reino. O joio são os que pertencem ao maligno. 39O inimigo que semeou o joio é o diabo. A colheita é o fim dos tempos. Os ceifadores são os anjos. 40Como o joio é recolhido e queimado ao fogo, assim também acontecerá no fim dos tempos: 41o Filho do Homem enviará os seus anjos e eles retirarão do seu Reino todos os que fazem outros pecar e os que praticam o mal; 42e depois os lançarão na fornalha de fogo. Ali haverá choro e ranger de dentes. 43Então os justos brilharão como o sol no Reino de seu Pai. Quem tem ouvidos, ouça”. – Palavra da salvação.
Liturgia comentada
A boa semente (Mt 13,36-43)
A parábola do joio e do trigo é bem incômoda. Nós gostaríamos que o mal fosse erradicado já – imediatamente – de nosso meio. Aliás, continua como um escândalo para muita gente o fato de um Deus bom permitir o mal… No entanto, para nosso desgosto e mal-estar, Jesus ensina que é assim mesmo: até o fim dos tempos, joio e trigo (isto é, o mal e o bem) estarão convivendo lado a lado. Por enquanto – ensina o Mestre – não chegou a hora do juízo, ou seja, de peneirar e separar.
Enquanto isso, preocupados em recriminar os desígnios de Deus, nós deixamos de prestar atenção em outro aspecto bem mais prático para nós. Quando Jesus fala de semeadores e de sementes, nós nos acostumamos a traduzir a semente como a Palavra de Deus. Ora, nesta passagem do Evangelho, o Mestre diz expressamente: “A boa semente são os filhos do Reino”.
Deus semeia continuamente “filhos do Reino” no meio de nós. Nosso tempo foi privilegiado neste aspecto. Não precisamos lamentar que Francisco de Assis tenha vivido na Idade Média e Francisco Xavier no Renascimento. Com nossos próprios olhos, nós “vimos” Madre Teresa de Calcutá e seu amor pelos pobres. Vimos João Paulo II e seu ardor missionário. Vimos Pe. Eustáquio e sua dedicação pastoral. Sem dúvida, todos estes são “filhos do Reino” – sementeira de Deus.
Também em nossas famílias, conhecemos tantas mulheres dedicadas, capazes de grandes sacrifícios para cumprirem sua missão de mãe, esposa e dona de casa. Conhecemos professores sacrificados que consagraram toda uma vida a iluminar nossas crianças e nossos jovens. Conhecemos perto de nós muitos freis e freiras que abriram mão de um projeto pessoal de vida para cuidarem, sem medir esforços, do rebanho que o Senhor lhes tinha confiado.
E nós? Que tipo de semente temos sido? Joio inútil ou trigo generoso? Aqueles que convivem conosco poderão dizer que somos “filhos do Reino”? Quando o Dono da messe se debruça sobre a seara, hoje, que sentimentos terá quando contempla a orientação que demos à nossa vida?
O joio é estéril. O trigo dá fruto. Os grãos maduros se deixam colher e moer. Seu sacrifício permite a vinda do pão e a consagração da hóstia. Existem para que os outros possam viver…
Orai sem cessar: “Graças a mim é que produzes fruto.” (Os 14,8b)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.