LITURGIA DO DIA 25 DE JULHO DE 2024
QUINTA-FEIRA – SÃO TIAGO MAIOR, APÓSTOLO
(vermelho, glória, pref. dos apóstolos – ofício da festa)
Antífona da entrada
Andando ao longo do mar da Galileia, Jesus viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, consertando suas redes, e os chamou (Mt 4,18.21).
Primeira Leitura: 2 Coríntios 4,7-15
Leitura da segunda carta de São Paulo aos Coríntios – Irmãos, 7trazemos esse tesouro em vasos de barro, para que todos reconheçam que esse poder extraordinário vem de Deus e não de nós. 8Somos afligidos de todos os lados, mas não vencidos pela angústia; postos entre os maiores apuros, mas sem perder a esperança; 9perseguidos, mas não desamparados; derrubados, mas não aniquilados; 10por toda parte e sempre, levamos em nós mesmos os sofrimentos mortais de Jesus, para que também a vida de Jesus seja manifestada em nossos corpos. 11De fato, nós, os vivos, somos continuamente entregues à morte por causa de Jesus, para que também a vida de Jesus seja manifestada em nossa natureza mortal. 12Assim, a morte age em nós, enquanto a vida age em vós. 13Mas, sustentados pelo mesmo espírito de fé, conforme o que está escrito: “Eu creio e, por isso, falei”, nós também cremos e, por isso, falamos, 14certos de que aquele que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará também com Jesus e nos colocará ao seu lado, juntamente convosco. 15E tudo isso é por causa de vós, para que a abundância da graça em um número maior de pessoas faça crescer a ação de graças para a glória de Deus. – Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial: 125(126)
Resposta: Os que lançam as sementes entre lágrimas / ceifarão com alegria.
1. Quando o Senhor reconduziu nossos cativos, / parecíamos sonhar; / encheu-se de sorriso nossa boca, / nossos lábios, de canções. – R.
2. Entre os gentios se dizia: “Maravilhas / fez com eles o Senhor!” / Sim, maravilhas fez conosco o Senhor, / exultemos de alegria! – R.
3. Mudai a nossa sorte, ó Senhor, / como torrentes no deserto. / Os que lançam as sementes entre lágrimas / ceifarão com alegria. – R.
4. Chorando de tristeza, sairão, / espalhando suas sementes; / cantando de alegria, voltarão, / carregando os seus feixes! – R.
Aclamação ao Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu vos designei para que vades e deis frutos, / e o vosso fruto permaneça, assim disse o Senhor (Jo 15,16). – R.
Evangelho: Mateus 20,20-28
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, 20a mãe dos filhos de Zebedeu aproximou-se de Jesus com seus filhos e ajoelhou-se com a intenção de fazer um pedido. 21Jesus perguntou: “O que tu queres?” Ela respondeu: “Manda que estes meus dois filhos se sentem, no teu Reino, um à tua direita e outro à tua esquerda”. 22Jesus, então, respondeu-lhes: “Não sabeis o que estais pedindo. Por acaso podeis beber o cálice que eu vou beber?” Eles responderam: “Podemos”. 23Então Jesus lhes disse: “De fato, vós bebereis do meu cálice, mas não depende de mim conceder o lugar à minha direita ou à minha esquerda. Meu Pai é quem dará esses lugares àqueles para os quais ele os preparou”. 24Quando os outros dez discípulos ouviram isso, ficaram irritados contra os dois irmãos. 25Jesus, porém, chamou-os e disse: “Vós sabeis que os chefes das nações têm poder sobre elas e os grandes as oprimem. 26Entre vós não deverá ser assim. Quem quiser tornar-se grande torne-se vosso servidor; 27quem quiser ser o primeiro seja vosso servo. 28Pois o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate em favor de muitos”. – Palavra da salvação.
Liturgia comentada
… para dar sua vida… (Mt 20,20-28)
Na festa do apóstolo São Tiago (maior), irmão de João – filhos de Zebedeu -, a liturgia vem chamar nossa atenção para a participação do discípulo na mesma missão do Mestre. Assim como Jesus deu sua vida pelo mundo, também Tiago pode sacrificar-se pelo Evangelho. No livro dos Atos dos Apóstolos, São Lucas registra que Tiago morreu pela espada, a mando de Herodes. (At 12,2.)
Mas o Evangelho de hoje nos apresenta o contraste entre a glória terrena e o “cálice” de Jesus. A Mãe de João e Tiago fez o papel de porta-voz dos filhos; pediu para eles uma posição de honra especial quando Jesus viesse a estabelecer o seu novo reino. Sinal claro de que ainda sonhavam com um “reino” material, político e social, que suplantaria mesmo o brilho dos tempos de Salomão.
Jesus responde-lhes com outra pergunta: “Podeis beber o cálice que eu hei de beber?” Ora, de que “cálice” ele está falando? Trata-se de uma expressão figurada: a “copa” (ou “cálice”) representa o sacrifício, pois nela se recolhia o sangue dos animais oferecidos no Templo da Primeira Aliança. O cálice supõe uma vítima, cujo sangue é aspergido sobre a assembleia em um ritual de purificação.
Por várias vezes, no Evangelho, Jesus se refere ao seu “cálice” (Jo 18,11; Mt 26,39), a taça que é imagem do batismo de sangue, que sofreria no Calvário. Caberia também aos Apóstolos a oportunidade de sofrer perseguições e até o martírio, testemunhando a fé com a própria vida.
Por ora, a pretensão dos dois irmãos provoca ódio e ciúme dos companheiros, pois a ânsia de glória e de sucesso estabelece a competição e leva à fratura da unidade. Futuramente, ao imitarem seu Mestre com uma vida de serviço à Igreja, de total dedicação a seu rebanho, acharão a unidade no comum martírio.
De fato, a palavra “comunhão” não se refere a uma “comum-união”, como alguns procuram interpretar. Em sua raiz latina, a palavra “communio” tem dois mm: um do prefixo (com) e outro do termo múnus (tarefa), para mostrar que só entramos em comunhão quando assumimos nossa tarefa comum. É a missão que nos põe em comunhão. Se o trono separava os discípulos, o Evangelho, a cruz e a espada haveriam de uni-los para sempre no mesmo amor e na mesma fé.
Por que temos caminhado com Jesus? Pela glória ou pela cruz?
Orai sem cessar: “Para mim, o viver é Cristo e o morrer é lucro.” (Fl 1,21)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança
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