LITURGIA DO DIA 04 DE SETEMBRO DE 2024
QUARTA-FEIRA DA 22ª SEMANA DO TEMPO COMUM
(verde – ofício do dia)
Antífona da entrada
Piedade de mim, ó Senhor, porque clamo por vós todo o dia! Ó Senhor, vós sois bom e clemente, sois perdão para quem vos invoca (Sl 85,3.5).
Primeira Leitura: 1 Coríntios 3,1-9
Leitura da primeira carta de São Paulo aos Coríntios – 1Irmãos, não pude falar-vos como a pessoas espirituais. Tive que vos falar como a pessoas carnais, como a crianças na vida em Cristo. 2Pude oferecer-vos somente leite, não alimento sólido, pois ainda não éreis capazes de tomá-lo. E nem atualmente sois capazes de receber alimento sólido, 3visto que ainda sois carnais. As rivalidades e rixas que existem aí, no meio de vós, acaso não mostram que sois carnais e que procedeis de acordo com os impulsos naturais? 4Quando um declara: “Eu sou de Paulo”, e outro: “Eu sou de Apolo”, não estais procedendo como pessoas simplesmente naturais? 5Pois o que é Apolo? O que é Paulo? Não passam de servidores, pelos quais chegastes à fé. E cada um deles exerce seu serviço segundo o dom recebido de Deus. 6Eu plantei, Apolo regou, mas Deus é que fazia crescer. 7De modo que nem o que planta nem o que rega são, propriamente, importantes. Quem é importante é aquele que faz crescer: Deus. 8Aquele que planta e aquele que rega formam uma unidade, mas cada um receberá o seu próprio salário, proporcional ao seu trabalho. 9Com efeito, nós somos cooperadores de Deus, e vós sois lavoura de Deus, construção de Deus. – Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial: 32(33)
Resposta: Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança!
1. Feliz o povo cujo Deus é o Senhor, / e a nação que escolheu por sua herança! / Dos altos céus o Senhor olha e observa; / ele se inclina para olhar todos os homens. – R.
2. Ele contempla do lugar onde reside / e vê a todos os que habitam sobre a terra. / Ele formou o coração de cada um / e por todos os seus atos se interessa. – R.
3. No Senhor nós esperamos confiantes, / porque ele é nosso auxílio e proteção! / Por isso o nosso coração se alegra nele, / seu santo nome é nossa única esperança. – R.
Aclamação ao Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
O Espírito do Senhor repousa sobre mim / e enviou-me a anunciar aos pobres o Evangelho (Lc 4,18). – R.
Evangelho: Lucas 4,38-44
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 38Jesus saiu da sinagoga e entrou na casa de Simão. A sogra de Simão estava sofrendo com febre alta, e pediram a Jesus em favor dela. 39Inclinando-se sobre ela, Jesus ameaçou a febre, e a febre a deixou. Imediatamente, ela se levantou e começou a servi-los. 40Ao pôr do sol, todos os que tinham doentes atingidos por diversos males os levaram a Jesus. Jesus colocava as mãos em cada um deles e os curava. 41De muitas pessoas também saíam demônios, gritando: “Tu és o Filho de Deus”. Jesus os ameaçava e não os deixava falar, porque sabiam que ele era o Messias. 42Ao raiar do dia, Jesus saiu e foi para um lugar deserto. As multidões o procuravam e, indo até ele, tentavam impedi-lo que os deixasse. 43Mas Jesus disse: “Eu devo anunciar a Boa-nova do Reino de Deus também a outras cidades, porque para isso é que eu fui enviado”. 44E pregava nas sinagogas da Judeia. – Palavra da salvação.
Liturgia comentada
Devo anunciar a Boa Nova do reino de Deus… (Lc 4,38-44)
Depois de atender a inúmeras pessoas, curando doenças e infestações malignas, Jesus se isola da multidão ansiosa por mais favores. É que ele tem um “favor” maior, uma graça incomparável: anunciar o reino de Deus. “É para isso que eu vim…”
Estamos diante de uma questão de hierarquia que não pode ser ignorada: o que é mais importante? Curar os corpos ou preparar os corações para o encontro com Deus? Expulsar demônios ou abrir as almas para o amor do Pai? Jesus fez sua escolha.
Em todos os tempos, ao correr dos séculos, a Igreja também se viu pressionada entre muitos chamados conforme as circunstâncias de cada época. Desse “cerco” da realidade surgiu seu envolvimento com escolas, universidades, hospitais, asilos, construções e – por que não lembrar? – cruzadas e guerras. Mas uma constante sempre se manteve em paralelo com todas essas eventualidades: o seu papel de Mestra. Seu magistério. Aliás, a Igreja poderia abrir mão de todos esses serviços, mas ainda se manteria íntegra ao continuar o seu papel de educadora da humanidade enquanto portadora e anunciadora do Evangelho de Jesus Cristo.
Em sua encíclica “Redemptoris Missio” (1990), o Papa João Paulo II nos lembrava: “Cristo proclamou-se Filho de Deus, intimamente unido ao Pai e, como tal, foi reconhecido pelos discípulos, confirmando as suas palavras com milagres e sobretudo com a ressurreição. A Igreja oferece aos homens o Evangelho, documento profético, capaz de corresponder às exigências e aspirações do coração humano: é e será sempre a Boa Nova. A Igreja não pode deixar de proclamar que Jesus veio revelar a face de Deus, e merecer, pela cruz e ressurreição, a salvação para todos os homens”. (RM, 11)
Jesus usa o verbo “dever”: eu DEVO anunciar a Boa Nova. Pois este é também o principal DEVER da Igreja: anunciar o Evangelho, evangelizar em todos os níveis, desde o querigma e a catequese, sem excluir a apologética e a experiência de vida cristã, a celebração dos sacramentos e a integração na comunidade eclesial.
No fim da estrada, o Senhor não vai perguntar por nossos templos de pedra nem pelo luxo de nossas liturgias. A pergunta será uma só: “Anunciou o meu Evangelho?”
Orai sem cessar: “Fala e não te cales!” (At 18,9)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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