Acolher Jesus em nós, “pão da vida”
Acolher Jesus em nós, "pão da vida", dá sentido e esperança ao caminho
Texto completo do Angelus. Francisco recorda o “perdão de Assis” e destaca que a “vergonha” do pecado “é uma graça que nos prepara para o abraço do Pai”
Apresentamos as palavras do Santo Padre Francisco, pronunciadas antes de rezar a oração mariana do Angelus com os fiéis reunidos na Praça de São Pedro neste domingo, 01 de agosto.
Queridos irmãos e irmãs, bom dia.
Neste domingo continuamos com a leitura do sexto capítulo do Evangelho de João. Depois da multiplicação dos pães, o povo procura por Jesus e o encontra em Cafarnaum. Ele entende bem o motivo de tanto entusiasmo em segui-Lo e revela com clareza: "Vocês me procuram não porque viram sinais, mas porque comeram aqueles pães e ficaram saciados” (Jo 6, 26). Na verdade, aquelas pessoas o seguem por causa do pão material que no dia anterior saciou a fome deles, quando Jesus realizou a multiplicação dos pães; Eles não entenderam que o pão repartido para muitos, era a expressão do amor de Jesus. Eles deram mais valor àquele pão do que ao seu doador. Diante dessa cegueira espiritual, Jesus enfatiza a necessidade de ir além da satisfação, e descobrir, conhecer o doador. O próprio Deus é o dom e também o doador. E assim, daquele pão, daquele gesto, as pessoas podem encontrar Aquele que o dá, que é Deus. Convida a abrir-se a uma perspectiva que não é apenas uma das preocupações diárias do comer, vestir, do sucesso, da carreira. Jesus fala de um outro alimento, fala de um alimento que não é corrompível e que faz bem procurar e acolher. Ele exorta: "Trabalhai, não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece para a vida eterna, alimento que o Filho do homem vos dará (v 27). Ou seja, trabalhem, mas procurem a salvação, o encontro com Deus.
Com essas palavras, nos quer fazer entender que, além de fome física o homem tem dentro de si outra fome – todos nós temos essa fome – uma fome mais importante, que não pode ser saciada com o alimento cotidiano. É fome de vida, fome de eternidade que somente Ele pode satisfazer, sendo Ele "o pão da vida" (v. 35). Jesus não elimina a preocupação e a busca do alimento cotidiano, não, não elimina a preocupação de tudo aquilo que pode fazer a vida melhor. Mas Jesus nos recorda que o verdadeiro significado da nossa existência terrena está na eternidade, no encontro com Ele, que é dom e doador, e nos recorda também que a história humana com seus sofrimentos e alegrias deve ser vista em um horizonte de eternidade, ou seja, naquele horizonte do encontro definitivo com Ele. Esse encontro ilumina todos os dias da nossa vida. Se pensarmos neste encontro, neste grande dom, e nos pequenos dons da vida, até mesmo os sofrimentos, as preocupações, serão iluminados pela esperança deste encontro. "Eu sou o pão da vida; quem vem a mim nunca mais terá fome, e quem crê em mim nunca mais terá sede"(v. 35). Esta é a referência à Eucaristia, o dom maior que sacia a alma e o corpo. Encontrar e acolher Jesus em nós, "pão da vida", dá sentido e esperança ao caminho, muitas vezes, tortuoso da vida. Todavia, esse "pão da vida" nos é dado com uma tarefa, ou seja, para que possamos por nossa vez saciar a fome espiritual e material dos irmãos, anunciando o Evangelho em todos os lugares. Com o testemunho da nossa atitude fraterna e solidária para com o próximo, tornamos presente Cristo e seu amor entre os homens.
Que Nossa Senhora nos auxilie e nos sustente na procura e no seguimento de seu Filho Jesus, o pão verdadeiro, o pão vivo que não se corrompe e dura para a vida eterna.
(Depois do Angelus)
Queridos irmãos e irmãs,
Saúdo todos os fiéis de Roma e os peregrinos de diversos países.
Saúdo os jovens espanhóis de Zizur Mayor, Elizondo e Pamplona; bem como os italianos de Badia, San Matteo della Decima, Zugliano e Grumulo Pedemonte.
Saúdo a peregrinação a cavalo da “Parte Guelfa" de Florença.
Hoje recorda-se o "Perdão de Assis". É um forte convite para se aproximar do Senhor no sacramento da Misericórdia e na Comunhão. Algumas pessoas têm medo de se aproximar da Confissão, esquecem que lá não encontramos um juiz severo, mas o Pai imensamente misericordioso. É verdade que quando vamos ao confessionário, sentimos um pouco de vergonha. Isto acontece com todos, todos nós, mas devemos lembrar que também essa vergonha é uma graça que nos prepara para o abraço do Pai, que sempre perdoa e sempre perdoa tudo.
Desejo a todos um bom domingo. E por favor, não se esqueçam de rezar por mim. Bom almoço e até logo!
Fonte: Zenit
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