Liturgia Diária

LITURGIA DO DIA 18 DE NOVEMBRO DE 2024

SEGUNDA-FEIRA DA 33ª SEMANA COMUM
(verde – ofício do dia)
Antífona da entrada
Meus pensamentos são de paz e não de aflição, diz o Senhor. Vós me invocareis e hei de escutar-vos, e de todos os lugares reconduzirei vossos cativos (Jr 29,11s).
Primeira Leitura: Apocalipse 1,1-4; 2,1-5
Início do livro do Apocalipse de são João – 1Revelação que Deus confiou a Jesus Cristo, para que mostre aos seus servos as coisas que devem acontecer em breve. Jesus as deu a conhecer, através do seu anjo, ao seu servo João. 2Este dá testemunho que tudo quanto viu é palavra de Deus e testemunho de Jesus Cristo. 3Feliz aquele que lê e aqueles que escutam as palavras desta profecia e também praticam o que nela está escrito. Pois o momento está chegando. 4João às sete Igrejas que estão na região da Ásia: a vós, graça e paz da parte daquele que é, que era e que vem; da parte dos sete espíritos que estão diante do trono de Deus. 2,1Ouvi o Senhor que me dizia: Escreve ao anjo da Igreja que está em Éfeso: Assim fala aquele que tem na mão direita as sete estrelas, aquele que está andando no meio dos sete candelabros de ouro: 2Conheço a tua conduta, o teu esforço e a tua perseverança. Sei que não suportas os maus. Colocaste à prova alguns que se diziam apóstolos e descobriste que não eram apóstolos, mas mentirosos. 3És perseverante. Sofreste por causa do meu nome e não desanimaste. 4Todavia, há uma coisa que eu reprovo: abandonaste o teu primeiro amor. 5Lembra-te de onde caíste! Converte-te e volta à tua prática inicial. Se, pelo contrário, não te converteres, virei depressa e arrancarei o teu candelabro do seu lugar. – Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial: 1
Resposta: Ao vencedor concederei comer da árvore da vida!
1. Feliz é todo aquele que não anda / conforme os conselhos dos perversos; / que não entra no caminho dos malvados, / nem junto aos zombadores vai sentar-se; / mas encontra seu prazer na lei de Deus / e a medita, dia e noite, sem cessar. – R.
2. Eis que ele é semelhante a uma árvore / que à beira da torrente está plantada; / ela sempre dá seus frutos a seu tempo, † e jamais as suas folhas vão murchar. / Eis que tudo o que ele faz vai prosperar. – R.
3. Mas bem outra é a sorte dos per- versos. † Ao contrário, são iguais à palha seca / espalhada e dispersada pelo vento. / Pois Deus vigia o caminho dos eleitos, / mas a estrada dos malvados leva à morte. – R.
Aclamação ao Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não caminha entre as trevas, mas terá a luz da vida (Jo 8,12). – R.
Evangelho: Lucas 18,35-43
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – 35Quando Jesus se aproximava de Jericó, um cego estava sentado à beira do caminho, pedindo esmolas. 36Ouvindo a multidão passar, ele perguntou o que estava acontecendo. 37Disseram-lhe que Jesus nazareno estava passando por ali. 38Então o cego gritou: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!” 39As pessoas que iam na frente mandavam que ele ficasse calado. Mas ele gritava mais ainda: “Filho de Davi, tem piedade de mim!” 40Jesus parou e mandou que levassem o cego até ele. Quando o cego chegou perto, Jesus perguntou: 41“O que queres que eu faça por ti?” O cego respondeu: “Senhor, eu quero enxergar de novo”. 42Jesus disse: “Enxerga, pois, de novo. A tua fé te salvou”. 43No mesmo instante, o cego começou a ver de novo e seguia Jesus, glorificando a Deus. Vendo isso, todo o povo deu louvores a Deus. – Palavra da salvação.
Liturgia comentada
E se pôs a segui-lo… (Lc 18,35-43)
Um cego na beira da estrada. Um homem que não vê. Um homem que ninguém vê. Toda uma vida de humilhação, exclusão e dependência. Seguramente, já ouvira falar daquele estranho Rabi da Galileia que limpava os leprosos e animava os paralíticos. É quando passa a multidão. Ouvindo o burburinho, o cego se informa e fica sabendo que Jesus está passando. É hora de gritar…
Foi Santo Agostinho quem escreveu: “Timeo Iesum praetereuntem et non redeuntem” – isto é, “temo a Jesus que passa e não volta”. Temo perder a hora da graça. A oportunidade imperdível! Por isso mesmo, o cego de Jericó ergue o seu berreiro: “Jesus, Filho de Davi, tem piedade de mim!” Tentam fazê-lo calar, mas ele insiste. Até que Jesus para e o atende. A uma palavra de Jesus, o cego recobra a vista. Com brados de louvor a Deus, ele se põe a seguir Jesus. Isto é, torna-se seu discípulo.
Cabe aqui uma reflexão. Qual a intenção profunda de nossas orações? Quando pedimos a Deus saúde e emprego, dinheiro e cura das enfermidades, que é mesmo que estamos buscando? Pode ser que estejamos apenas em busca de segurança material, sossego, alívio das dores. Não é uma forma de egoísmo?
O cego de Jericó podia ter obtido a visão de volta, agradecia a Jesus e, de olhos bem abertos para a realidade, seguia sua estrada para cuidar da própria vida. Mas, não… Ele se põe a seguir o médico que o havia curado. Só tem olhos para Jesus…
Outra vez, quando Jesus havia curado dez leprosos, somente um – logo o estrangeiro! – voltou para dar graças. Os outros nove estavam simplesmente satisfeitos com a própria cura e nada mais queriam, exceto o atestado de saúde a ser obtido com os sacerdotes do Templo. Egoístas, não?
Se nós queremos cura para servir aos irmãos, ótimo! Se queremos saúde para trabalhar pelo Reino, tudo bem! Mas se queremos emprego só para ter dinheiro no banco, hum-hum… Se queremos passar no vestibular só para “subir na vida”, sei não… Nossas intenções não são das melhores…
É bem verdade que – como assevera o povo simples – Deus não dá asa a cobra. Pode ser que nossas orações não sejam ouvidas porque o bom Deus avalia nossas intenções e antevê que acabaríamos prejudicados com aquilo que pedimos. Fechados em nosso pequeno mundo, teríamos em mãos mais recursos para nossa perdição.
Se Deus atendesse às nossas preces, nós o seguiríamos?
Orai sem cessar: “Só uma coisa pedi ao Senhor: morar na casa do Senhor
todos os dias de minha vida.” (Sl 27,4)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.