LITURGIA DO DIA 17 DE SETEMBRO DE 2024
TERÇA-FEIRA DA 24ª SEMANA DO TEMPO COMUM
(verde – ofício do dia)
Antífona da entrada
Dai paz, Senhor, aos que em vós esperam, para confirmar a veracidade dos vossos profetas; escutai as preces do vosso servo e vosso povo, Israel (Eclo 36,18).
Primeira Leitura: 1 Coríntios 12,12-14.27-31
Leitura da primeira carta de São Paulo aos Coríntios – Irmãos, 12como o corpo é um, embora tenha muitos membros, e como todos os membros do corpo, embora sejam muitos, formam um só corpo, assim também acontece com Cristo. 13De fato, todos nós, judeus ou gregos, escravos ou livres, fomos batizados num único Espírito, para formarmos um único corpo, e todos nós bebemos de um único Espírito. 14Com efeito, o corpo não é feito de um membro apenas, mas de muitos membros. 27Vós, todos juntos, sois o corpo de Cristo e, individualmente, sois membros desse corpo. 28E, na Igreja, Deus colocou, em primeiro lugar, os apóstolos; em segundo lugar, os profetas; em terceiro lugar, os que têm o dom e a missão de ensinar; depois, outras pessoas com dons diversos, a saber: dom de milagres, dom de curas, dom para obras de misericórdia, dom de governo e direção, dom de línguas. 29Acaso todos são apóstolos? Todos são profetas? Todos ensinam? Todos realizam milagres? 30Todos têm o dom das curas? Todos falam em línguas? Todos as interpretam? 31Aspirai aos dons mais elevados. – Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial: 99(100)
Resposta: Nós somos o seu povo e seu rebanho.
1. Aclamai o Senhor, ó terra inteira, † servi ao Senhor com alegria, / ide a ele cantando jubilosos! – R.
2. Sabei que o Senhor, só ele, é Deus, † ele mesmo nos fez, e somos seus, / nós somos seu povo e seu rebanho. – R.
3. Entrai por suas portas dando graças † e em seus átrios com hinos de louvor; / dai-lhe graças, seu nome bendizei! – R.
4. Sim, é bom o Senhor e nosso Deus, † sua bondade perdura para sempre, / seu amor é fiel eternamente! – R.
Aclamação ao Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Um grande profeta surgiu entre nós, / e Deus visitou o seu povo (Lc 7,16). – R.
Evangelho: Lucas 7,11-17
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 11Jesus dirigiu-se a uma cidade chamada Naim. Com ele iam seus discípulos e uma grande multidão. 12Quando chegou à porta da cidade, eis que levavam um defunto, filho único; e sua mãe era viúva. Grande multidão da cidade a acompanhava. 13Ao vê-la, o Senhor sentiu compaixão para com ela e lhe disse: “Não chores!” 14Aproximou-se, tocou o caixão, e os que o carregavam pararam. Então, Jesus disse: “Jovem, eu te ordeno, levanta-te!” 15O que estava morto sentou-se e começou a falar. E Jesus o entregou à sua mãe. 16Todos ficaram com muito medo e glorificavam a Deus, dizendo: “Um grande profeta apareceu entre nós e Deus veio visitar o seu povo”. 17E a notícia do fato espalhou-se pela Judeia inteira e por toda a redondeza. – Palavra da salvação.
Liturgia comentada
E o entregou à sua mãe… (Lc 7,11-17)
Nada mais pungente que a cena deste Evangelho: a mãe que acompanha o filho morto ao lugar de seu último descanso. E era um filho único…
O filho já está morto. Dir-se-ia que já não há mais nada a fazer por ele. Mas a mãe discorda. Ela ainda pode cuidar para que ele tenha um enterro digno, em um túmulo decente. Afinal, os humanos são o único animal que enterra seus mortos, o que acena para alguma crença na vida após a morte.
Jesus entrava na cidade quando o cortejo fúnebre saía. E ali se encontram – nesse limiar entre o lugar dos vivos e o lugar dos mortos – aquele que traz o sopro da vida e um defunto que já deu o último suspiro. A visão da mãe, a percepção de sua desolação, mexem com as entranhas de misericórdia do Filho de Deus. Ele detém o cortejo e toca o caixão. Diz uma frase curta: – “Jovem, eu te digo: levanta-te!” E este se ergue e começa a falar.
A frase de Jesus inclui um EU e um TU. Ela faz contato entre os dois polos. E o verbo empregado – levanta-te (em grego, egerthéti) – é um dos verbos utilizados no Novo Testamento para a ressurreição do próprio Jesus. Com o jovem reanimado, Jesus o entrega de volta à sua mãe. Para o monge André Louf, a mulher deste Evangelho representa a Igreja que, como mãe, apresenta seus filhos fracos, enfermos e mortos ao Cristo. E como Cristo ama a Igreja, entregou-se por ela a fim de santificá-la (cf. Ef 5,25-26), ele não deixa de ter piedade dela.
E diz mais: “Esta Igreja mãe é acima de tudo a comunidade eclesial à qual pertencemos. O amor de nossos irmãos nos envolve, nos cerca e suporta nossas fraquezas como também nós, por nossa vez, procuramos suportar as deles. Através de todas as nossas relações de irmãos, é o amor maternal da Igreja que se manifesta para cada um de nós: ‘Carregai os fardos uns dos outros e assim realizai a lei de Cristo’”. (Lc 16,6)
O exemplo da viúva de Naim nos ensina a participar do sofrimento e somar nossas lágrimas ao pranto dos outros. Na Igreja – diz A. Louf – precisamos ser ao mesmo tempo mãe e filho, partilhar material e fraternalmente todo sofrimento e toda morte. É a maneira de ir ao encontro de Jesus, na certeza de que ele será novamente vencedor e ressuscitará os nossos mortos.
O irmão que erra, que se desvia, que é execrado pela opinião pública, deve ser lembrado ainda como um de nossos mortos. Um daqueles que Cristo quer reanimar e devolver à vida.
Orai sem cessar: “Senhor, tu me darás a vida novamente!” (Sl 71,20)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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