Liturgia Diária

LITURGIA DO DIA 16 DE JULHO DE 2024

TERÇA-FEIRA – BEM-AVENTURADA VIRGEM MARIA DO MONTE CARMELO
(branco, glória, pref. de Maria – ofício da festa)

Antífona da entrada
Todos vós que a Deus temeis, vinde escutar: vou contar-vos todo o bem que ele me fez! (Sl 65,16)

Primeira Leitura: Zacarias 2,14-17
Leitura da profecia de Zacarias – 14“Rejubila, alegra-te, cidade de Sião, eis que venho para habitar no meio de ti, diz o Senhor. 15Muitas nações se aproximarão do Senhor naquele dia e serão o seu povo. Habitarei no meio de ti, e saberás que o Senhor dos exércitos me enviou a ti. 16O Senhor entrará em posse de Judá, como sua porção na terra santa, e escolherá de novo Jerusalém. 17Emudeça todo mortal diante do Senhor, ele acaba de levantar-se de sua santa habitação”. – Palavra do Senhor.

Salmo Responsorial: Lc 1
Resposta: O Poderoso fez por mim maravilhas, / e santo é o seu nome.
1. A minha alma engrandece ao Senhor, / e se alegrou o meu espírito em Deus, meu salvador. – R.
2. Pois ele viu a pequenez de sua serva, / desde agora as gerações hão de chamar-me de bendita. / O Poderoso fez por mim maravilhas, / e santo é o seu nome! – R.
3. Seu amor, de geração em geração, / chega a todos os que o respeitam. / Demonstrou o poder de seu braço, / dispersou os orgulhosos. – R.
4. Derrubou os poderosos de seus tronos / e os humildes exaltou. / De bens saciou os famintos / e despediu, sem nada, os ricos. – R.
5. Acolheu Israel, seu servidor, / fiel ao seu amor, / como havia prometido aos nossos pais, / em favor de Abraão e de seus filhos para sempre. – R.

Aclamação ao Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Feliz quem ouve e observa a Palavra de Deus! (Lc 11,28) – R.

Evangelho: Mateus 12,46-50
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, 46enquanto Jesus estava falando às multidões, sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora, procurando falar com ele. 47Alguém disse a Jesus: “Olha! Tua mãe e teus irmãos estão aí fora e querem falar contigo”. 48Jesus perguntou àquele que tinha falado: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?” 49E, estendendo a mão para os discípulos, Jesus disse: “Eis minha mãe e meus irmãos. 50Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”. – Palavra da salvação.

Liturgia comentada
Esse é meu irmão… (Mt 12,46-50)
Como entender a reação de Jesus que, à primeira vista, parece evitar o contato direto com o grupo de familiares que o procura? O primeiro ponto a considerar nos é dado pelo evangelista São Marcos: diante da atuação pública de Jesus, que atraía multidões, seus parentes duvidam de sua sanidade mental e pretendem levá-lo à força para casa. (Cf. Mc 3,21.)
Afinal, aos olhos de todos, Jesus era um simples carpinteiro de Nazaré que se comportava como um Rabi… A súbita mudança de rumo em sua vida podia, mesmo, assustar os mais próximos. E o bom senso nos leva a crer que Maria, sua mãe, acompanhava os parentes a contragosto.
À chegada dos familiares, Jesus aproveita para nos dar uma lição. A própria noção de “família” é alterada, quando aponta para a multidão sedenta de sua Palavra e diz: “Eis aqui minha mãe e meus irmãos. Quem faz a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão e minha irmã e minha mãe”.
Não há nada aqui que nos deva causar espanto. De fato, quem obedece ao Pai do céu, quem ouve sua Palavra, age na prática como filho. Irmana-se, pois, com Jesus, o Filho obediente, que jamais foi capaz de pôr seus próprios interesses e vontades acima da vontade do Pai.
Se alguém tenta valer-se desta passagem para desmerecer a figura da Mãe de Deus, lembre que Maria é o modelo de quem ouve e acolhe a Palavra em seu íntimo, a ponto de gerar o Verbo na própria carne. Assim sendo, ela se encaixa perfeitamente na nova definição de família que Jesus acaba de divulgar.
No contraste entre os laços de sangue e os laços de espírito, estes ficam com a primazia. Realidade experimentada por tantas pessoas, que acabaram por estabelecer relações de maior intimidade, mais confiança e calor humano entre companheiros de caminhada na fé do que entre os próprios membros da família carnal. Tanto que os monges chamavam seu superior de Pai (Abba, Pater), e as monjas viam na superiora a sua Mãe (Madre). O membro da mesma comunidade era irmão (frater) ou irmã (sóror).
Se, por um lado, o cristianismo veio valorizar a família, reconhecendo nela algo sagrado e querido por Deus, por outro lado acenou também com a necessidade de rupturas e desapego familiar quando se trata de seguir os chamados do Senhor. E o exemplo maior nos vem de Jesus, que precisou deixar sua mãe, já viúva, para seguir a exigente missão que o Pai celeste lhe confiara.
Orai sem cessar: “O Senhor faz as famílias numerosas como rebanhos.” (Sl 107,41)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.