LITURGIA DO DIA 25 DE JUNHO DE 2024
TERÇA-FEIRA DA 12ª SEMANA DO TEMPO COMUM
(verde – ofício do dia)
Antífona da entrada
O Senhor é a força do seu povo, é a fortaleza de salvação do seu Ungido. Salvai vosso povo, Senhor, abençoai vossa herança e governai-a pelos séculos (Sl 27,8s).
Primeira Leitura: 2 Reis 19,9-11.14-21.31-36
Leitura do segundo livro dos Reis – Naqueles dias, 9Senaquerib, rei da Assíria, enviou de novo mensageiros a Ezequias para dizer-lhe: 10“Não te seduza o teu Deus, em quem confias, pensando: ‘Jerusalém não será entregue nas mãos do rei dos assírios’. 11Porque tu mesmo tens ouvido o que os reis da Assíria fizeram a todas as nações e como as devastaram. Só tu te vais salvar?” 14Ezequias tomou a carta da mão dos mensageiros e leu-a. Depois subiu ao templo do Senhor, estendeu a carta diante do Senhor 15e, na presença do Senhor, fez a seguinte oração: “Senhor, Deus de Israel, que estás sentado sobre os querubins! Tu és o único Deus de todos os reinos da terra. Tu fizeste o céu e a terra. 16Inclina o teu ouvido, Senhor, e ouve. Abre, Senhor, os teus olhos e vê. Ouve todas as palavras de Senaquerib, que mandou emissários para insultar o Deus vivo. 17É verdade, Senhor, que os reis da Assíria devastaram as nações e seus territórios; 18lançaram os seus deuses ao fogo, porque não eram deuses, mas obras das mãos dos homens, de madeira e pedra; por isso os puderam destruir. 19Mas agora, Senhor, nosso Deus, livra-nos de suas mãos, para que todos os reinos da terra saibam que só tu, Senhor, és Deus”. 20Então Isaías, filho de Amós, mandou dizer a Ezequias: ”Assim fala o Senhor, Deus de Israel: Ouvi a prece que me dirigiste a respeito de Senaquerib, rei da Assíria. 21Eis o que o Senhor disse dele: ‘A virgem filha de Sion despreza-te e zomba de ti. A filha de Jerusalém meneia a cabeça nas tuas costas. 31Pois um resto sairá de Jerusalém, e sobreviventes, do monte Sião. Eis o que fará o zelo do Senhor todo-poderoso’. 32Por isso, assim diz o Senhor acerca do rei da Assíria: ‘Ele não entrará nesta cidade, nem lançará nenhuma flecha contra ela, nem a assaltará com escudo, nem a cercará com trincheira alguma. 33Pelo caminho por onde veio há de voltar e não entrará nesta cidade, diz o Senhor. 34Protegerei esta cidade e a salvarei em atenção a mim mesmo e ao meu servo Davi’”. 35Naquela mesma noite, saiu o anjo do Senhor e exterminou no acampamento assírio cento e oitenta e cinco mil homens. 36Senaquerib, rei da Assíria, levantou acampamento e partiu. Voltou para Nínive e aí permaneceu. – Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial: 47(48)
Resposta: O Senhor estabelece sua cidade para sempre.
1. Grande é o Senhor e muito digno de louvores / na cidade onde ele mora; / seu monte santo, esta colina encantadora / é a alegria do universo. – R.
2. Monte Sião, no extremo norte situado, / és a mansão do grande rei! / Deus revelou-se, em suas fortes cidadelas, / um refúgio poderoso. – R.
3. Recordamos, Senhor Deus, vossa bondade / em meio ao vosso templo; / com vosso nome vai também vosso louvor / aos confins de toda a terra. – R.
Aclamação ao Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu sou a luz do mundo; / aquele que me segue / não caminha entre as trevas, / mas terá a luz da vida (Jo 8,12). – R.
Evangelho: Mateus 7,6.12-14
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 6“Não deis aos cães as coisas santas nem atireis vossas pérolas aos porcos, para que eles não as pisem com os pés e, voltando-se contra vós, vos despedacem. 12Tudo quanto quereis que os outros vos façam, fazei também a eles. Nisto consiste a Lei e os Profetas. 13Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso é o caminho que leva à perdição, e muitos são os que entram por ele! 14Como é estreita a porta e apertado o caminho que leva à vida! E são poucos os que o encontram!” – Palavra da salvação.
Liturgia comentada
Não deis aos cães… (Mt 7,6.12-14)
Na Palestina do tempo de Cristo, muito diferente de nossa época apaixonada pelos pets, os cães eram considerados como animais impuros. O nome de “cão” era atribuído aos estrangeiros que não seguiam a religião de Israel. Até Jesus chegou a usar desse termo quando parecia negar o pedido de uma mulher siro-fenícia, uma estrangeira, que implorava pela libertação de sua filha (cf. Mt 15,26).
Também os porcos – cuja carne era proibida como alimento ao israelita fiel – foram considerados impuros e não eram criados no seu território. No Livro dos Macabeus (cf. 2Mac 6,18ss; 2Mac 7), com a invasão macedônica, os judeus se recusaram a comer carne de porco, conforme ordenava o rei Antíoco, ao preço da própria vida. Foi também para os porcos que os espíritos impuros pediram que Jesus os enviasse (cf. Mc 5,12).
Neste Evangelho, Jesus contrasta as coisas santas e os animais desprezados – os cães. Opõe igualmente as pérolas e os porcos. A lição do Mestre de Nazaré é que as coisas sagradas, recebidas de Deus como valiosos dons, não podem ser objeto de descuido ou de desprezo. Lançar pérolas aos porcos significa depreciar os dons, não dar valor ao investimento de Deus em nós.
Ora, nossos filhos são precioso dom de Deus. É o próprio Deus quem nos faz transmissores da vida. E qual é o cuidado que nós temos com os filhos? Como zelamos por sua fé, sua amizade com Jesus, seu crescimento espiritual e, numa só palavra, como trabalhamos por sua santificação?
A fé que recebemos de nossos antepassados é valioso investimento de Deus, um depósito que uma geração passa a outra em notável corrida de revezamento. Quando um casal – que recebeu o batismo a pedido de seus pais – se recusa a batizar os filhos, comete exatamente o pecado de lançar as pérolas aos porcos, pois esses filhos hão de receber outro tipo de catequese, seja da TV, das mídias sociais ou dos companheiros de esquina.
Podemos incluir entre nossas “pérolas” aqueles componentes de nossa pessoa – inteligência, memória, imaginação, vontade etc. – que recebemos como dons e deveriam dar frutos de salvação para a Igreja e para a humanidade.
Mas não deixemos no esquecimento aquelas “coisas santas” que o Espírito de Deus depositou no Corpo de Cristo, que é a Igreja. Falo da Palavra de Deus, dos sacramentos em geral, especialmente a Sagrada Eucaristia. Pode ser que um observador neutro, ao contemplar nossas atitudes em relação a esses dons sagrados, perceba em nós algum desleixo, alguma indiferença, algum desprezo pelas “coisas santas”, o que não haveria de ficar sem repreensão ou punição.
Orai sem cessar: “O Senhor te abrirá o seu bom tesouro…” (Dt 28,12)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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